sexta-feira, 23 de abril de 2010

Nada pode ser tudo

"Quando fazemos tudo para que nos amem e não conseguimos, resta-nos um último recurso: não fazer mais nada. Por isso, digo, quando não obtivermos o amor, o afeto ou a ternura que havíamos solicitado, melhor será desistirmos e procurar mais adiante os sentimentos que nos negaram. Não fazer esforços inúteis, pois o amor nasce, ou não, espontaneamente, mas nunca por força de imposição. Às vezes, é inútil esforçar-se demais, nada se consegue. Outras vezes, nada damos e o amor se rende aos nossos pés. Os sentimentos são sempre uma surpresa. Nunca foram uma caridade mendigada, uma compaixão ou um favor concedido. Quase sempre amamos a quem nos ama mal, e desprezamos quem melhor nos quer. Assim, repito, quando tivermos feito tudo para conseguir um amor, e falhado, resta-nos um só caminho... o de mais nada fazer."

(Clarice Lispector)
 
Começo esse post da forma mais inusitada possível, talvez. Não, não é a forma mais inusitada possível do mundo. Mas é a maneira mais irreverente para mim.
Eu sou repleta de clichês - como dizer, como escrever, como cumprimentar, como pensar. Decidi quebrar um dos meus tabús internos hoje.
E essa foi uma boa desculpa para vocês não precisarem mais ler aquelas saudações dignas da década de 70, realmente.
So, como estão vocês? Eu estou bem, sim. Chega a ser estranho. Eu nunca estive tão bem em um prazo tão longo! É tão recompensante quando a rotina se mistura com o inesperado, o inesperado transcende as barreiras do esperado, e o que era totalmente inconstante se torna constante da melhor maneira existente! (releia essa frase umas 3 vezes. ela foi fruto de impulsos. eu não entendi ela no início, confesso. mas tem um sentido - sempre tem.)
Ok, chega dessas inspirações. Eu já disse que ficar arquitetando essas frases mentais se tornou uma obsessão pra mim? Eu chego a fazer isso até mesmo quando estou... sei lá, comendo um pastel. O que tem de mágico em comer um pastel?
Se você tiver obsessão por inspirações e frases de efeito, comer um pastel é um ato grandioso e que traduz a perfeição dos anseios do corpo humano. (ok, agora eu JURO que parei!)
Enfim, eu estou realmente ansiosa para comentar sobre o texto da minha autora preferida que citei anteriormente.
Alguns dos meus leitores silenciosos manifestaram seus pedidos por msn e confessaram a sua curiosidade em ler (ou reler) os meus textos românticos e melosos. Ainda não satisfarei a curiosidade por inteira - porque os meus textinhos convencionais são, figurativamente, o meu segredo, o meu diário exporádico. Porém, prometo que vou amadurecer a idéia. Eu acho.
A citação que usei para 'inaugurar' o post significa tudo o que eu pensei ou cheguei a pensar, algum dia, sobre amor.
Amor é o sentimento mais complexo e encantador. Talvez porque seja constituído de inúmeros ingredientes: respeito, paixão, amizade. Mexe com nossas emoções, aflora os instintos... Faz qualquer um se tornar uma criancinha de 5 anos na pureza dos sentimentos.
Porém, o amor pode se tornar a pior armadilha para decepções quando você busca por ele incessantemente. O drama da maioria das adolescentes é 'eu não tenho amor, preciso encontrá-lo LOGO!'. Todas parecem ter tamanha ansiedade em conhecer os efeitos dessa droga, que passam a procurá-la em qualquer um. E agora, alguém me diga, cadê a magia? Onde está o brilho, o encantamento?
O amor é o inesperado. Não há como controlar - você só... sente, eu acho. É uma surpresa que alimenta e não sustenta - precisa-se sempre de mais, e mais, e mais.
Lição do dia (ou até do ano inteiro): não busque o amor. Não faça nada por ele. Não o procure, não o planeje, não crie scripts de como cada sentimento surgirá ou morrerá.
Somente... viva! O amor só encontra quem, justamente, não espera por ele.
E, querem saber? As melhores coisas do mundo são, incrivelmente, imprevisíveis!
 
''Enquanto eu tiver perguntas e não houver respostas... continuarei a escrever."
 
Volto logo!
Beeijos!
Futura Ousadia.