terça-feira, 26 de outubro de 2010

Brilho oculto das estrelas.

Tentativa de poesia. Particularmente, gostei. Apesar de não conhecer alguém que tenha olhos azuis tão fascinantes quanto os que habitam meu atual imaginário.


Brilho oculto das estrelas

Como um filme pausado
Como uma música gravada e repetida por intermináveis vezes
Teus olhos me vêm à mente
Preenchendo meu coração com poéticos prazeres.

Questiono-me sobre o que aconteceu
Minha liberdade encerrou-se ao te encontrar
E ao examinar, com ansiedade e suposta hipnose,
Cada doce canto do teu olhar.

Ao encarar incessantemente teu belo par de íris azuis
Perdi-me tanto que mal consegui sentir
O teu toque em minhas mãos e o gosto refinado de teus lábios.
Surpreendi-me ao constatar
Que por meus olhos também estavas encantado!

Será excesso de emoção?
Por favor, devolva-me o que ainda restar de minha razão!

Enviarei-a para um concurso de poesias. Espero que renda bons frutos!
Ótimo resto de semana.
Beijos!

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Rosas são vermelhas...

Cada parte de meu corpo pareceu ser percorrida por uma corrente elétrica forte e desumana. Minhas mãos tremiam tanto a ponto de meu coração alcançar um número aparentemente impossível de batimentos por minuto.
Enquanto o suor escorria por meu pescoço e molhava meu lenço decorado, eu o via caminhar em minha direção. Não podia ser ele. Não podia ser tão rápido.
Comecei a me questionar sobre meus erros. Eu só poderia ter me equivocado em algum momento de minha existência, e agora pagava pela atitude errada sentindo o terror encadear uma dor profunda em minha cabeça.
A cada segundo, ele ficava mais perto. Era ele. Sua presença era tão evidente quanto o sol ardente de verão. Tudo sempre fora tão óbvio.
A sombra que pairava por meus pensamentos me fez enxergar a suposta verdade oculta que carreguei comigo involuntariamente.
- Você não vai desistir agora, vai? - sua voz encantadora perguntou-me em tom irônico. Senti seu olhar fervoroso encarando-me e decifrando cada insegurança mergulhada no meu mar de desejos pobres e perecíveis.
Eu queria desistir. Precisava parar com essa verdade ilusória na qual me obriguei a acreditar. Necessitava de uma parada, um tempo. Queria férias de mim mesma.
A mão macia enxugou as primeiras lágrimas que escorriam por minhas bochechas - tão salgadas quanto a vida.
- Tu és tão doce... Teu cheiro me causa algo parecido com hipnose! Não, não tente se desvencilhar de mim. Preciso de ti tanto quanto tu precisas do meu toque...
Queria mandá-lo parar. Nunca precisei de ninguém - nem de mim. Contudo, com minha mente ordenando-me uma ação em meio àquela eterna pausa, em meu peito algo movimentava-se de maneira intensa, quente e duradoura.
- Eu não sou sua... Eu nunca fui sua!... - foram as únicas palavras que consegui pronunciar antes de ser calada com um beijo adocicado e longo.
E, de repente, eu não sabia de mais nada.
Não compreendia nenhuma informação ou mensagem oculta. Só me permitia sentir a magia proveitosa e incansável de me perder por entre seus braços.
Então, tudo sumiu. O beijo acabou, o abraço foi cortado ao meio, e aquilo parecia tão irreal quanto acreditar em destino.
Uma mancha obscura e assustadora ocupou o lugar do cenário inquietante em que havia acabado de estar.
Acordei. Era só um sonho. Fora só e meramente surreal. Levantei de minha cama e caminhei em direção ao guarda-roupa.
Avistei um lindo vestido branco pendurado cuidadosamente no armário. Rosas vermelhas cobriam todo o chão do quarto.
Era meu. Era hoje. Era o dia de meu casamento.
O sonho se tornaria real.

Gostei tanto desse texto, que me faltam palavras para descrevê-lo. Não sei se você sentiu a mesma coisa. Eu espero que sim!
Tenham uma boa semana. Ou resto de semana. Sei que você queria feriado prolongado. Eu também. Mas como dizia o grande mestre:


"A vida é um eterno perde e ganha, num dia a gente perde, no outro a gente apanha"
Marcelo D2.
TÁ BOM, isso foi irônico!


"Mas não se preocupe, não vou tomar nenhuma medida drástica, a não ser continuar, tem coisa mais autodestrutiva do que insistir sem fé nenhuma? Ah, passa devagar a tua mão na minha cabeça, toca meu coração com teus dedos frios, eu tive tanto amor um dia, ela pára e pede, preciso tanto tanto tanto, cara, eles não me permitiram ser a coisa boa que eu era."
Caio Fernando de Abreu.
Agora sim!
Ah, e claro: me mande para os infernos nos comentários e, ainda assim, me veja feliz!
Beijos.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

More than words.

Já dizia o ditado: "O tempo é o senhor da razão". Eu nunca acreditei muito em ditados populares; afinal, para que serviam uma dúzia de palavras com o tal do sentido conotativo?
Enquanto meus questionamentos sobre qualquer coisa desinteressante se multiplicavam, vivia minha infância como uma simples criança comum: brincava, pulava, estudava... Não, você não leu errado. "Estudar" estava na minha lista de afazeres infantis.
Entretanto, com minha paixão irremediável (e estranha) pelo estudo, crescia uma contradição digna de ironia: eu não gostava de escrever. Faltava-me criatividade, emoção e, até mesmo, paciência para criar as tão comentadas 'produções textuais'.
Agora, vejo que havia a ausência da motivação crucial para a libertação de meu medo das palavras: a paixão. Sim, o amor pelas letras, pelo saber, pela arte de organizar as palavras e torná-las capazes de gerar respingos de emoção em quem lê.
Surgiu no colégio, aos meus 10 anos, a "produção poética". "Ih, produção, não!", logo pensei. Não havia jeito: ou eu vencia o desafio, ou continua vivendo de mal com o português.
Era somente eu, a folha de papel, a caneta e a minha insegurança totalmente segura. O tema da poesia poderia ser qualquer um; mas deveria ser, imprescindivelmente, criativo.
Imaginação foi a saída. Ainda não sei como, porém as palavras saíam da ponta da caneta de forma espontânea. Escrevi, escrevi e... pronto, eis a minha primeira obra de arte!
A professora, meus pais e amigos adoraram. Surgiu, assim, da minha primeira poesia, o meu sentimento de adoração sincera pela escrita. Pelas palavras em si. Ou por quase todas elas.
E agora? Eu não sou mais a "mera criança com pavor de caracteres". Sou uma adolescente, repleta de incertezas, mas com uma convicção: encontrou no português uma fonte inesgotável de emoção, inspiração e razão.


Esse é o meu tão falado texto de português. Tudo bem, se você pensou 'EU ESPEREI TODO ESSE TEMPO POR ESSA PORCARIA DE 15 LINHAS', eu lhe entendo perfeitamente.
Recebi meu texto, aceitei as correções da professora de português querida e fui sentar-me para relê-lo. E juro que foi uma decepção terrível.
Acho que a espera me fez idealizar demais sobre essa produção. Eu imaginava que ela fosse maior, mais sincera, com palavras sofisticadas. E não essa coisa totalmente meia-boca que vocês acabaram de ler (ou talvez pararam na metade).
Eu vou me redimir. Preciso me redimir comigo mesma depois disso. Tanto que estou fazendo um texto ótimo de suspense (para português, também). Só que, dessa vez, vou guardar comigo uma cópia, evitando problemas de 'expectativas não atingidas' (como agora).
Ops, eu e meu egocentrismo aqui novamente. Sequer parei pra perguntar sobre você. E tu, como estás? E não venha me responder com 'indo'. Até a estagnação é melhor do que andar dando tropeços em si mesmo.
Olha só, eu dando lições de moral. Onde estou com a cabeça, deus? (acima do pescoço, talvez?). Sou inquieta, insegura, tropeço em meus próprios sentimentos excessivamente espontâneos a todo o momento, e ainda insisto em falar sobre como você deve viver a vida!
Pois então. Eu não tenho um diário (porque sempre tive preguiça de escrever coisas como 'hoje comi paçoquinhas' e 'queria ter comido mesmo uma bala 7belos'). Dessa forma, eu fico falando bobagens aqui.
E eu espero que as minhas besteiras sejam melhores do que constatações sobre o quanto eu queria ter comido uma bala 7belos hoje.
Tenho a leve impressão de que estou extravasando trilhões de palavras com apenas 10% de sentido agora. Vou me despedir.
E vou recomendar as músicas da semana. (inventando moda - parte II)
Para refletir sobre a sua situação atual (ou a falta dela): http://www.youtube.com/watch?v=YcsUvh1ML7o&feature=fvst O refrão é lindo!
Para esquecer da sua situação atual (ou a contínua ausência da mesma): http://www.youtube.com/watch?v=pzpGk44UXKQ
Pra ver viver de puro amor musical: http://www.youtube.com/watch?v=pj3vXkhqszE

Pronto, chegou por hoje. Né.
Tô visivelmente um pouco ansiosa pra que o ano que vem chegue logo. Na verdade, eu queria mesmo que 2012 chegasse (morro de curiosidade pra saber se o mundo vai acabar mesmo. Nada muito legal). Porque eu fico ansiosa pelas coisas só pelo prazer de sentir meu velocímetro aumentando exacerbadamente. (eu tenho um velocímetro?)
Obrigada! Da próxima vez eu falo algo mais útil, menos decepcionante, e mais doce.
Porque minha mãe diz que sou doce. E meiga. Hehe.
Beijos! :*
Futura Ousadia. Ou só uma garota que não sabe muito o que dizer.