quinta-feira, 7 de outubro de 2010

More than words.

Já dizia o ditado: "O tempo é o senhor da razão". Eu nunca acreditei muito em ditados populares; afinal, para que serviam uma dúzia de palavras com o tal do sentido conotativo?
Enquanto meus questionamentos sobre qualquer coisa desinteressante se multiplicavam, vivia minha infância como uma simples criança comum: brincava, pulava, estudava... Não, você não leu errado. "Estudar" estava na minha lista de afazeres infantis.
Entretanto, com minha paixão irremediável (e estranha) pelo estudo, crescia uma contradição digna de ironia: eu não gostava de escrever. Faltava-me criatividade, emoção e, até mesmo, paciência para criar as tão comentadas 'produções textuais'.
Agora, vejo que havia a ausência da motivação crucial para a libertação de meu medo das palavras: a paixão. Sim, o amor pelas letras, pelo saber, pela arte de organizar as palavras e torná-las capazes de gerar respingos de emoção em quem lê.
Surgiu no colégio, aos meus 10 anos, a "produção poética". "Ih, produção, não!", logo pensei. Não havia jeito: ou eu vencia o desafio, ou continua vivendo de mal com o português.
Era somente eu, a folha de papel, a caneta e a minha insegurança totalmente segura. O tema da poesia poderia ser qualquer um; mas deveria ser, imprescindivelmente, criativo.
Imaginação foi a saída. Ainda não sei como, porém as palavras saíam da ponta da caneta de forma espontânea. Escrevi, escrevi e... pronto, eis a minha primeira obra de arte!
A professora, meus pais e amigos adoraram. Surgiu, assim, da minha primeira poesia, o meu sentimento de adoração sincera pela escrita. Pelas palavras em si. Ou por quase todas elas.
E agora? Eu não sou mais a "mera criança com pavor de caracteres". Sou uma adolescente, repleta de incertezas, mas com uma convicção: encontrou no português uma fonte inesgotável de emoção, inspiração e razão.


Esse é o meu tão falado texto de português. Tudo bem, se você pensou 'EU ESPEREI TODO ESSE TEMPO POR ESSA PORCARIA DE 15 LINHAS', eu lhe entendo perfeitamente.
Recebi meu texto, aceitei as correções da professora de português querida e fui sentar-me para relê-lo. E juro que foi uma decepção terrível.
Acho que a espera me fez idealizar demais sobre essa produção. Eu imaginava que ela fosse maior, mais sincera, com palavras sofisticadas. E não essa coisa totalmente meia-boca que vocês acabaram de ler (ou talvez pararam na metade).
Eu vou me redimir. Preciso me redimir comigo mesma depois disso. Tanto que estou fazendo um texto ótimo de suspense (para português, também). Só que, dessa vez, vou guardar comigo uma cópia, evitando problemas de 'expectativas não atingidas' (como agora).
Ops, eu e meu egocentrismo aqui novamente. Sequer parei pra perguntar sobre você. E tu, como estás? E não venha me responder com 'indo'. Até a estagnação é melhor do que andar dando tropeços em si mesmo.
Olha só, eu dando lições de moral. Onde estou com a cabeça, deus? (acima do pescoço, talvez?). Sou inquieta, insegura, tropeço em meus próprios sentimentos excessivamente espontâneos a todo o momento, e ainda insisto em falar sobre como você deve viver a vida!
Pois então. Eu não tenho um diário (porque sempre tive preguiça de escrever coisas como 'hoje comi paçoquinhas' e 'queria ter comido mesmo uma bala 7belos'). Dessa forma, eu fico falando bobagens aqui.
E eu espero que as minhas besteiras sejam melhores do que constatações sobre o quanto eu queria ter comido uma bala 7belos hoje.
Tenho a leve impressão de que estou extravasando trilhões de palavras com apenas 10% de sentido agora. Vou me despedir.
E vou recomendar as músicas da semana. (inventando moda - parte II)
Para refletir sobre a sua situação atual (ou a falta dela): http://www.youtube.com/watch?v=YcsUvh1ML7o&feature=fvst O refrão é lindo!
Para esquecer da sua situação atual (ou a contínua ausência da mesma): http://www.youtube.com/watch?v=pzpGk44UXKQ
Pra ver viver de puro amor musical: http://www.youtube.com/watch?v=pj3vXkhqszE

Pronto, chegou por hoje. Né.
Tô visivelmente um pouco ansiosa pra que o ano que vem chegue logo. Na verdade, eu queria mesmo que 2012 chegasse (morro de curiosidade pra saber se o mundo vai acabar mesmo. Nada muito legal). Porque eu fico ansiosa pelas coisas só pelo prazer de sentir meu velocímetro aumentando exacerbadamente. (eu tenho um velocímetro?)
Obrigada! Da próxima vez eu falo algo mais útil, menos decepcionante, e mais doce.
Porque minha mãe diz que sou doce. E meiga. Hehe.
Beijos! :*
Futura Ousadia. Ou só uma garota que não sabe muito o que dizer.

Um comentário:

  1. É. Acho que contribui um pouquinho para essa 'paixão' pelas letras e demonstrações de sentimentos através da escrita se manifestar, Talvez tenha sido um pouco rigorosa nas minhas exigências, porém após constatar a cada leitura o resultado, percebo que o fui na medida.
    Tem um grande talento ainda escondido nesse 'emaranhado' de emoções! Isso eu não duvido!

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