quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Rosas são vermelhas...

Cada parte de meu corpo pareceu ser percorrida por uma corrente elétrica forte e desumana. Minhas mãos tremiam tanto a ponto de meu coração alcançar um número aparentemente impossível de batimentos por minuto.
Enquanto o suor escorria por meu pescoço e molhava meu lenço decorado, eu o via caminhar em minha direção. Não podia ser ele. Não podia ser tão rápido.
Comecei a me questionar sobre meus erros. Eu só poderia ter me equivocado em algum momento de minha existência, e agora pagava pela atitude errada sentindo o terror encadear uma dor profunda em minha cabeça.
A cada segundo, ele ficava mais perto. Era ele. Sua presença era tão evidente quanto o sol ardente de verão. Tudo sempre fora tão óbvio.
A sombra que pairava por meus pensamentos me fez enxergar a suposta verdade oculta que carreguei comigo involuntariamente.
- Você não vai desistir agora, vai? - sua voz encantadora perguntou-me em tom irônico. Senti seu olhar fervoroso encarando-me e decifrando cada insegurança mergulhada no meu mar de desejos pobres e perecíveis.
Eu queria desistir. Precisava parar com essa verdade ilusória na qual me obriguei a acreditar. Necessitava de uma parada, um tempo. Queria férias de mim mesma.
A mão macia enxugou as primeiras lágrimas que escorriam por minhas bochechas - tão salgadas quanto a vida.
- Tu és tão doce... Teu cheiro me causa algo parecido com hipnose! Não, não tente se desvencilhar de mim. Preciso de ti tanto quanto tu precisas do meu toque...
Queria mandá-lo parar. Nunca precisei de ninguém - nem de mim. Contudo, com minha mente ordenando-me uma ação em meio àquela eterna pausa, em meu peito algo movimentava-se de maneira intensa, quente e duradoura.
- Eu não sou sua... Eu nunca fui sua!... - foram as únicas palavras que consegui pronunciar antes de ser calada com um beijo adocicado e longo.
E, de repente, eu não sabia de mais nada.
Não compreendia nenhuma informação ou mensagem oculta. Só me permitia sentir a magia proveitosa e incansável de me perder por entre seus braços.
Então, tudo sumiu. O beijo acabou, o abraço foi cortado ao meio, e aquilo parecia tão irreal quanto acreditar em destino.
Uma mancha obscura e assustadora ocupou o lugar do cenário inquietante em que havia acabado de estar.
Acordei. Era só um sonho. Fora só e meramente surreal. Levantei de minha cama e caminhei em direção ao guarda-roupa.
Avistei um lindo vestido branco pendurado cuidadosamente no armário. Rosas vermelhas cobriam todo o chão do quarto.
Era meu. Era hoje. Era o dia de meu casamento.
O sonho se tornaria real.

Gostei tanto desse texto, que me faltam palavras para descrevê-lo. Não sei se você sentiu a mesma coisa. Eu espero que sim!
Tenham uma boa semana. Ou resto de semana. Sei que você queria feriado prolongado. Eu também. Mas como dizia o grande mestre:


"A vida é um eterno perde e ganha, num dia a gente perde, no outro a gente apanha"
Marcelo D2.
TÁ BOM, isso foi irônico!


"Mas não se preocupe, não vou tomar nenhuma medida drástica, a não ser continuar, tem coisa mais autodestrutiva do que insistir sem fé nenhuma? Ah, passa devagar a tua mão na minha cabeça, toca meu coração com teus dedos frios, eu tive tanto amor um dia, ela pára e pede, preciso tanto tanto tanto, cara, eles não me permitiram ser a coisa boa que eu era."
Caio Fernando de Abreu.
Agora sim!
Ah, e claro: me mande para os infernos nos comentários e, ainda assim, me veja feliz!
Beijos.

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